sábado, 5 de dezembro de 2009

CARTA DE DESPEDIDA COMO SÍNDICO DO CONDOMÍNIO EDIFÍCIO DOS PINHAIS


Durante os últimos dois anos tive a honra de estar à frente da administração de nosso querido condomínio. Com o privilégio de estar compartilhando o meu ponto de vista a respeito da responsabilidade, comprometimento, segurança e bem estar de seus moradores, assim como na luta pela valorização do patrimônio dos condôminos. Com isso minha gestão priorizou o coletivo e, consequentemente, nossa convenção, que pelo menos em teoria deveria retratar a visão de convívio em comunidade que seus condôminos escolheram, regendo atitudes e procedimentos que deve-se estabelecer para haver harmonia em um frágil ambiente onde as pessoas vivem tão próximas umas das outras e que todo ato, por menor que seja, interfere diretamente no seu próximo.
 Lutei até as últimas consequências contra as práticas danosas da formação de "panelinhas" na sistemática de tomada de decisão da administração, onde um pequeno grupo de pessoas com afinidades específicas ditam o futuro impondo seu ponto de vista em detrimento da maioria. Valorizei o nosso conselho, único grupo de pessoas com representatividade para se decidir sobre questões mais delicadas, nos reunindo regularmente para tratar de assuntos mais sensíveis ou para tomar decisões críticas. Instituí a Comissão de Reforma para dar mais representatividade nas decisões das grandes reformas que nosso prédio está passando, sempre nos reunindo e discutindo sobre o andamento das obras. Nunca me omiti nas questões polêmicas, sempre me baseando na nossa convenção com a máxima imparcialidade possível, disposto a pagar o preço pelas medidas tomadas em cada situação, buscando a ética. Não me rendi às tentações comuns a pessoas na minha situação como o uso de táticas fáceis agradando a pessoas estratégicas para manter meu posto de síndico, fazendo olho grosso às irregularidades que fatalmente se cruza nessa jornada.
Assim como existe aquele dizer popular "a vida imita a arte" podemos dizer que "o condomínio imita a política", com todas aquelas peculiaridades que estamos acostumados a acompanhar nos noticiários, só que em escala reduzida. Existe o análogo para tudo em nossa realidade, o poder Legislativo seriam os proprietários, o presidente é representado pelo síndico, o judiciário poderia ser comparado com os conselheiros e o povo pelos moradores do prédio, inquilinos inclusos. Aqui testemunhei o jogo de interesses entre grupos, táticas de politicagem, alianças e oposição, corrupção, complôs, a omissão do povo, acusações pertinentes, acusações infundadas, enfim tudo o que costumamos ver nos jornais. Em particular para mim posso afirmar que foi uma experiência única e só me resta agradecer pela oportunidade e confiança depositada em mim por esses dois anos, espero ter contribuído para o aprimoramento das práticas da administração e na questão da ética, além dos resultados visíveis a olho nu.
Embora, na minha humilde opinião, essa eleição não tenha sido representativa de fato devido ao enorme número de procurações que insistem em aparecer nas nossas assembléias a cada dois anos, aceito seu resultado principalmente por acreditar na democracia e nas convenções estabelecidas pelas pessoas para se decidir pelos seus líderes. Existem falhas, mas é o que temos no momento, a correção delas depende do amadurecimento de seus integrantes.
Gostaria de agradecer pelos apoios sinceros recebido durante todo esse tempo, pela paciência para os que possuem ponto de vista divergente e pela união empenhada no processo de reforma, de minha parte só me resta continuar atuando em defesa dos interesses dos condôminos como Conselheiro a partir de abril sempre na certeza de que nunca me omitirei. Obrigado.

Atenciosamente,


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Fabriciu A. V. Benini
Síndico 2007-2009

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